sexta-feira, 16 de setembro de 2011

BORDERLINE - Menos preconceito e mais ajuda.

BORDERLINE – Julgado pelo presente, condenado pelo passado.

Tenho lido alguns textos tirados da internet, com relatos sobre o comportamento inconstante, inseguro, depressivo, agressivo, fóbico, entre outros.  Li também relatos de pessoas com transtorno bipolar borderline.  Senti-me no dever de tomar esta bandeira, para tentar, até onde fosse minha capacidade e minhas limitações, ajudar no que fosse possível, pois que, para quem leva consigo essa cruz, passa para os que com ele ou ela convive, a impressão de estar vivendo um calvário.  Não vi, em nenhum relato, de nenhum borderline, qualquer forma de esperança ou de perspectivas de ver seu transtorno – nos dois sentidos da palavra – um dia terminar.  Se isso acontece, é porque muito pouco (ou nada) se tem evoluído em pró de uma investigação (quando há), no sentido de se descobrir a causa principal que originou um dia, na infância, o transtorno bipolar borderline.  Mais parece uma pena que não caduca.  É atribuído ao borderline, não uma pena à ser cumprida (que é conviver com a doença), mas o dogma ou o legado de carregar consigo uma condenação sem julgamento, de que não há solução ou “absolvição” à curto prazo para a sua culpa (se fosse esse o caso).  Alguém ou algum evento foi responsável por desencadear este transtorno e que somado ao seu ambiente, muitas vezes despreparado para lidar com o inesperado, se mostra tão fragilizado quanto, sofrendo e passando ao borderline as mesmas reações, decorrentes da mesma falta de perspectiva de cura, tanto quanto o borderline e que ainda sim, este passa à ser severamente condenado à culpa de subtrair, dos que com eles convive, a mesma tranqüilidade tão desejada e que o borderline não têm a menor culpa de sua chaga, embora também muito a deseje.  Se acha difícil conviver com um borderline, imagine ele ou ela ter que conviver com pessoas que até querem ajudar, mas que se sentem impotentes diante da doença e que muitas vezes em razão disso, manifestam reações de abandono e desprezo, por não conseguir suportar uma (ou várias) crises de alterações graves de humor provenientes dele ou dela.  Se um borderline, diante de suas limitações, impostas pelo TB, ainda reúne forças para se tratar e tentar conviver de forma harmônica e pacífica para com os seus familiares, então estes também precisam juntar forças para ajudar um borderline à encontrar o seu equilíbrio, que consiste na retomada do seu controle sobre a doença e sobre si mesmo.  Imagine a doença como uma balança em desequilíbrio e o tratamento (ainda que apenas com medicação), sejam pequenos pesos colocados de um lado desta balança, para buscar o equilíbrio emocional do paciente.  A família pode ajudar, buscando obter no borderline, comportamentos e temperamentos que podem “denunciar” o início de uma nova crise e, se identificado, tentar neutralizar os efeitos, evitando palavras ou atitudes capazes que gerar uma nova crise.  Quem sabe cumprindo uma agenda diária, de tarefas fáceis (para se evitar a ansiedade, inimiga nestas horas)  e constantes, possa desviar o foco constante na doença e tentar reaver, de forma gradativa e progressiva, o controle sobre si.  Visitar lugares, ver preços de determinados produtos em lojas diferenciadas, fazer anotações num caderno próprio e específico, de como se sente à cada dia.  Trocar novelas por filmes que não provocam expectativas, nervosismos ou ansiedades.  Ouvir música agradável também pode ajudar.  Evitar bater de frente, contrariando vontades, mas fazê-lo em forma sugestionada, em sinal de respeito às limitações de alguém que não tem culpa de “fazer tanto barulho”, ao arrastar sua própria cruz.  E por falar em cruz, não vi ninguém mencionar Deus para ajudar.  Não O questione, pois Êle não é responsável pelo o que está ocorrendo, mas com certeza será de grande ajuda, se não formos tão orgulhosos ou individualistas nestas horas.  Explore a doença, anote tudo que julgar necessário.  Observe reações em certas horas do dia ou com determinadas pessoas ou realizando certas atividades.  Descubra se há uma padronização para as crises e anote, horário, dia, o que disse e como disse. Evite contrariar e discutir durante as crises.  Lembre-se que ele ou ela pode estar sob efeito do transtorno, manifestando reações que estão ocorrendo na sua mente e que não podem ser relevadas especificamente pela pessoa mais próxima naquele momento, mas que precisam ser relevadas para efeito de tratamento, com “dicas” de sentimentos, sensações ou reações, que um dia fizeram mudar sua vida pelo avesso.  Ta legal ?  beleza.
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                                                                                   Amadeu Epifânio
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