terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

BÔDAS DE DINAMITE
 
Fernandinho e Cleunice estavam prestes a comemorar o seu quinto aniversário de casamento. Faltavam 3 dias para a grande comemoração e fernandinho estava apreensivo, só pensando na surprêsa que iria fazer à sua espôsa.  O casal tinha um filho, ou melhor, um aprendiz de terrorista, com formação em ensino à distância de um curso sobre como montar uma bomba, tipo faça você mesmo.  Tudo isso dentro do seu quarto, que mais parecia uma oficina.  E o garoto só tinha 5 aninhos.
Fernandinho estava viajando à negócios e encomendara o presente para a espôsa, mandando que o entregasse em sua casa, via correios.  Cleunice, como sempre, super nervosa com os preparativos da festa.  Ao passar pelo quarto do jorginho, a porta meia encostada, percebeu que o menino falava ao telefone, ou melhor: pedia alguma coisa por telefone:

- Então tá tudo certo ?  O senhor vai me enviar uma bomba pelo correio ?  E não têm perigo ?  Tá bom.  A gente paga quando a encomenda chegar.  Olha, bota aquele aviso de frágil, que é pra ninguém deixar o pacote cair no chão, senão o senhor sabe.  Tá bom ? Tchau moço.
Como a mãe já sabia da fissura do memino por gostar de bombas, graças as aulas sobre a segunda guerra mundial no colégio, ficou desesperada, pois o filho acabara de encomendar uma bomba e pior, viria pelo correio.  Ela pensou:  Bom, é só recusar a encomenda que eles levam de volta.  Nossa !! Cruz credo.  Fez o sinal da cruz e voltou aos seus afazeres.
Jorginho havia desligado errado o telefone e ele ficou fora do gancho por algumas horas.  Nesse meio tempo, fernandinho tentou ligar mil vezes para a esposa para tentar avisar de uma encomenda que estava para chegar, que era pra ela não estranhar e aceitar, pois se tratava do presente de casamento.  Só que esse detalhe, evidente que ele não queria revelar.
                     Cleunice não precisava de mais nada para se preocupar, decidir sobre um monte de detalhes sobre a festa de aniversário de casamento e de quebra, tentar devolver uma bomba que vinha pelo correio, pedido pelo filinho terrorista.  Mesmo assim, com o que sobrou de tranquilidade, foi pra cama, também preocupada em saber porque que o marido não ligara pra ela o dia todo.
                     O dia seguinte reserva muita adrenalina, pois geralmente é quando os presentes começam a chegar e advinha: uma grande parte pelo correio. 
Envolvida com os arranjos da festa, Cleunice leva um baita susto, entra em desespêro e eleva os batimentos cardíacos à 300 por minuto, cada vês que chega um funcionário do correio para fazer uma entrega e se pergunta:  Aceito ou não ?  É bomba ou presente ?  E entra numa crise chôro de dar dó.
A mãe da cleunice vê a aflição da filha e pergunta inocentemente:
- Calma filha, que gastura é essa pra receber os presentes, até parece que está esperando uma bomba.
Cleunice olha espantada pra mãe e cai num chôro desesperador.

A mãe tenta confortá-la novamente:

- Olha, você não está em condições de ficar recebendo os presentes.  Deixa que eu recebo.
- NÃO !!!  Não ! deixa, deixa que eu recebo, já vai passar, eu juro.

Mas mal ela acaba de falar, a compainha toca:

- AAAAAHHHH ! ! ! !  MEU DEUS, O QUE FAÇO ?
- Calma filha, é só o carteiro.
- Só o carteiro ? E a senhora me diz isso com toda essa calma  ?  A senhora quer me matar do coração ?  Não adianta, eu não vou aguentar, eu vou desmaiar.

Catimbum !  Cai cleunice no chão, desmaiada por não aguentar a pressão.  Quando acorda, vê a sala repleta de caixas de presentes de todos os formatos. 

- A caixa, cadê a caixa ?  Qual delas meu Deus ?!
- O que tá acontecendo filha ?  Está falando de uma caixa lilás estranha que chegou ainda à pouco ?
- Caixa estranha ?  Que caixa estranha ? Onde ela está ?  Fala pelo amor de Deus ?
- Eu botei no seu quarto.
- VOCÊ FEZ O QUÊ !!!??
- Tinha um adesivo escrito frágil, eu achei melhor deixar no seu quarto.

Cleunice corre pro quarto, procura a caixa esquisita de cor lilás, apanha com todo carinho, leva lá fora e joga ela dentro da piscina, acreditando que iria neutralizar a ação da bomba.
A mãe fica perplexa e não acredita no que a filha fez, depois de ler o cartão do genro.
Logo em seguida chega o marido perguntando:

- Oi meu amor, recebeu o presente que eu te mandei ?  Aquele celular que você tanto queria, custou os olhos da cara. Ah! Tava numa caixinha lilás e uma embalagem que não é minha especialidade.  Ah ! outra coisa: como comprei pela internet, não tem autorizada no Brasil. Já viu o sufoco se precisar ?

A ficha da cleunice começa a cair lentamente.

- Celular ?  Caixinha Lilás ?  Péra aí, cadê o jorginho ?
- Tá na cozinha comendo a bomba de chocolate que chegou pelo correio.
- O QUÊ ???! ! !

Ninguém merece.

 

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