segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ENTENDENDO O PROCESSO DE ACESSO ÀS DROGAS

Desperta a nossa perplexidade ao vermos tantos jovens se envolvendo com drogas, mesmo tomando eles, conhecimento dos efeitos tão devastadores e letais, que elas possuem.  Então como explicar que, ainda sim, mais e mais jovens e adolescentes se envolvem com as mais diferentes formas e “misturas”, nocivas e letais, presentes hoje na maioria das drogas comercializadas por traficantes em todo mundo ?  O que há por trás deste misterioso magnetismo, que atrai suas vítimas como uma viúva negra ?   Nossa cabeça, via de regra, pode ser comparado à um liquidificador, que mistura tudo que assimilamos diariamente e nos devolve, predominantemente, o resultado proveniente dos últimos acontecimentos ocorridos.  Isso falando de temperamento e comportamento, ou seja, como eu faço o quê.  Quanto mais maduro nos tornamos, a tendência é que a mente processe melhor tudo que recebe e nos devolva em forma de prudência e habilidade, para absorver e gerir melhor nossas adversidades. Por outro lado, quanto mais imaturos nos tornamos, independentemente da idade (resultado da pouca absorção de conhecimento, princípios e valores), a tendência é a mente desprezar o pouco recebido e nos responder, como num espelho, em reações “cruas”, isto é, sem o acréscimo da temperança e do equilíbrio emocional para receber e administrar as adversidades.  A mente tem por princípio manter o equilíbrio psíquico do indivíduo, para que ele possa ir à busca do seu alimento para a sua auto-subsistência.  Isso já é uma característica do ser humano desde os tempos mais primórdios, como o das cavernas e dos primatas.  Naquela época não existia muita mistura para a cabeça deles, havendo portanto uma predominância de comportamento entre eles, que era caçar pra comer e matar para não ser morto.  Hoje, com um mundo tão globalizado, a quantidade de informações que absorvemos é infinitamente maior, nos obrigando à tomar, diariamente, diversas decisões sobre várias coisas e que, se a cabeça não estiver preparada para suportar e administrar tamanha pressão, vai acabar sucumbindo.  Jovens costumam “jogar a toalha” mais cedo do que se espera, logo nos primeiros desafios da vida deles, pois além da falta de orientação, não trabalharam ainda um propósito de vida, capaz de os manterem ocupados o bastante numa vida útil, produtiva e promissora.  Já ouviram a expressão “cabeça vazia, oficina do diabo”.  Pois é, essa máxima nunca foi tão oportuna como agora, para explicar esse processo de proximidade entre jovem e drogas.  Esta proximidade é tão evidente e possível, porque há uma concorrência de informações, entre aquelas que provém da família (quando há) e as que provém do mundo globalizado, com sua infinidade de entretenimentos tecnológicos e informatizados, que atraem e mantém os filhos para fora do lar ou fora de convívio familiar (pela internet) ainda que dentro de casa.  Filhos são resultados da média-aritmédica do comportamento familiar.  Se estiver tudo bem, eles também estarão bem;  do contrário, eles também ficam confusos e desorientados, buscando falsa segurança em outros lugares, principalmente se esta instabilidade acontece num momento difícil da vida deles.  Quando as “coisas” não vão bem, é preciso conversar com os filhos sobre a instabilidade momentânea e que logo estará tudo bem.  Se nada disso for feito, eles podem até sentir-se culpados, o que só piora e agrava o risco deles, de se aproximarem das drogas.  O jovem não procura drogas.  Ele é levado até elas através de um processo psicossomático e emocional, resultado da mistura do seu “liquidificador” (média-aritmédica), prevalecendo o que foi mais determinante na vida dele, até o fatídico encontro com as drogas, ficando agora, apenas por conta deles, de algum propósito ou prioridade importante, que pode influenciá-lo positivamente em não querer experimentar a droga.  Espero francamente que os pais tenham se esmerado em tornar-se importante na vida deles, para fazer toda diferença nessa hora crucial.   Afinal, todos, somos pelo o que somos.

                                                                                                Amadeu Epifânio

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