segunda-feira, 23 de janeiro de 2012


FAZENDO JUSTIÇA – Colocando-me na pele de um DEPENDENTE QUÍMICO.

O Crack ou a cocaína, é ainda o grande algóz à destruir a vida e os sonhos, que foram um dia, cuidadosamente construídos na mente de um jovem e que não tiveram tempo nem chance se quer, de serem rascunhados num papel.  O que muitos ainda não perceberam é o porquê da longevidade do vício, para os usuários de drogas.   
O Usuário, em razão da rapidez do efeito das drogas na cabeça, está sempre em estado de Hulk, sempre aceso, procurando novas porções ou pensando em como adquirí-las, enquanto fuma ou cheira. Todos já conhecem o personagem do Hulk.   Enquanto ele está sendo perseguido, sua condição de super força não regride e mantém-se assim até que a perseguição cesse e ele consiga relaxar um pouco, quando volta ao estado normal de um ser humano normal.  
Com os dependentes de drogas é a mesma coisa.   Imposições abruptas, como retirá-los na marra e levá-los quase que por meio da violência para centros de tratamentos, só serve para piorar sua condição de usuário, pois irá deixá-lo ainda mais agitado e amedrontado, tendo que recorrer às drogas para conter sua ansiedade.
O que leva um usuário à anos de dependência é o chamado "fator motivacional", ou seja, as drogas arrombam o compartimento de memórias negativas, relativas à tudo que o usuário sofreu, de toda forma, durante toda sua existência, até o fatídico encontro com a droga. À partir daí, este "HD" vai ficar girando e repetindo todo esse repertório, tocando sempre a mesma "melodia", induzindo o novo usuário à buscar formas de tentar esquecer aquelas lembranças.
 Têm-se início à um novo ciclo: a droga lhe mostra uma das lembranças e o usuário procura e consome a droga, para esquecer a lembrança.  É um disco que pode ficar pulando durando anos, dependendo da quantidade e tipo de lembranças que ele tenha guardado durante sua vida.  O ciclo pode chegar ao fim (se a morte não chegar primeiro), quando a "melodia" começar a ficar sem graça, perder efeito. Aí ele começará a consumir pela droga e não mais por um desejo de esquecer alguma coisa. O sabor da droga começará a ficar mais "amargo". É quando ele começa a pensar em se tratar.
Mas, se mesmo neste "final de ciclo", alguém vier e querer levá-lo à força para tratar-se, isso poderá causar um reverso e levá-lo a procurar a droga outravês, por causa deste novo "fator motivacional".   É preciso fazer parar este ciclo e, para que isso seja possível, as abordagens deverão ser mais brandas, seguidas de uma boa "conversa de botequim", para fazê-lo relaxar, para entrar no assunto de tratamento e aí sim, essa resposta recíproca, há de ser mais rápida do que quando feito de outra forma.
O usuário sabe que entrou "INVOLUNTÁRIAMENTE" numa roubada e não precisa ser maltratado, para ser lembrado disso.   A droga roubou-lhe o controle de suas ações como quem faz uma lobotomia, ou seja, sua vontade própria extinguiu-se quase que totalmente, restando muito pouco para agir. Sua mente, doravante, é a droga e o seu corpo, seu escravo fiel.    Mas existem medidas que podem potencializar essa pequena parte, para que possa se rebelar contra a droga e reassumir, de forma gradativa e progressiva, o controle do seu corpo.  Mas isso é outra conversa de botequim, à ser discutido caso à caso.   Por hora, se você acha o teu problema um calvário, não queira estar na condição de um usuário. 

                                                                    Amadeu Epifânio

Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !
(Ponha esta idéia na cabeça, de quem precisa).
AJUDEM A DIVULGAR ESTE BLOG, O QUE DESDE JÁ, AGRADEÇO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário